Romário mal entrou em campo e o seu passe já está sendo disputado a peso de ouro. Bastou o ex-atacante da Seleção e atual senador do PSB admitir que cogita ser candidato à Prefeitura do Rio nas eleições de 2016, que seus adversários na disputa demonstraram interesse em fazer alianças — todos de olho nos mais de 4,6 milhões de votos que o Baixinho teve para o Senado, em outubro passado. Evasivo sobre os possíveis acordos, Romário já fala como candidato:
— Não existe prefeito perfeito. E eu, se for prefeito do Rio, também não vou ser perfeito. Mas vou tentar achar uma saída para os problemas.
Bola lançada
Candidato do PMDB à sucessão de Paes, o secretário-executivo de Coordenação de Governo, Pedro Paulo, hesita, mas admite o interesse em uma aliança com o Baixinho.
— Não tenha dúvida de que a possibilidade existe. E vamos trabalhar para que ela seja em favor do Rio — afirma.
Marcelo Crivella (PRB) também parte para o ataque.
— Confesso que gostaria muito que nossos partidos estivessem juntos, e vou procurar um caminho — avisa o senador, acrescentando que a entrada de Romário na corrida aquece a disputa — Vai dificultar para todos os concorrentes.
Clarissa Garotinho (PR) não nega a possibilidade de parceria — “Temos que avaliar as necessidades do partido”, diz — e Otávio Leite (PSDB) desconversa, dizendo que é cedo para pensar em alianças. Já o deputado Marcelo Freixo (PSOL) afirma que não conversou sobre isso com o senador.
— Acho que se fizer esse movimento (de aliança), estou desqualificando o desejo dele de ser candidato — diz, e acrescenta: — Acho a candidatura ótima. Quando mais candidatos, melhor.
Cauteloso, Jorge Picciani, presidente do PMDB no Rio, evita em falar na aliança. Até porque seu filho Rafael Picciani é um dos nomes cogitados para ser vice na chapa de Pedro Paulo:
— Nunca conversei com Romário, não posso opinar.
Falando do telefone de seu gabinete no Senado Federal, em Brasília, Romário garante não tirar o olho do Rio.
— Não vou dizer que é a melhor cidade do mundo, mas o Eduardo Paes tem feito uma boa administração — elogia Romário.
Mas o Baixinho também faz críticas:
— Hospitais não funcionam como deviam e escolas municipais estão abandonadas. Sem falar no salário do professor, que é muito ruim.
Ao declarar sobre que tipo de prefeito seria, o Baixinho resume numa palavra: diferente.
— Eu, particularmente, respeito todos os candidatos. Mas a minha maior vantagem é que o Rio está cansado do mesmo — assinala, e aproveita para fazer uma crítica ao quadro político brasileiro: — Quando se fala em política, é só corrupção, roubo e sacanagem. O povo cansou disso, e com razão. São pouquíssimos aqueles em que se pode confiar.
Questionado sobre a possibilidade de um dia ser investigado, Romário dispara:
— Não faço coisa errada. Toda noite encosto minha cabeça no travesseiro e durmo tranquilo, sabendo que a Polícia Federal não vai bater na minha porta.
Recém-eleito presidente da CPI da Confederação Brasileira de Futebol, o senador garante que a comissão não acabará em pizza.
— Se depender de mim, essa CPI vai até o final.