Possível ‘plano B’ do PT, Haddad é citado por Lula em discurso antes de sua prisão, esquece Ciro e faz com que seu irmão, Cid Gomes, comece a cobrar coerência na união dos partidos de oposição
Na abertura de seu discurso em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, no sábado, 07, o ex-presidente Lula saudou as candidaturas à Presidência de Manuela D’Avila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL). Ao mencionar Fernando Haddad (PT), que é tido como o possível plano B do partido na eleição de 2018, Lula foi sucinto e só citou sua passagem como ministro da Educação. Em nenhum momento citou Ciro Gomes (PDT), pré-candidato a presidente e que espera o apoio do ex-presidente Lula, no caso deste não poder vir a sair candidato no pleito de outubro próximo.
Boulos foi o primeiro político presente ao palco a ser saudado por Lula, que o abraçou e comparou a trajetória do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) à sua:
— Boulos tem 35 anos. Eu tinha 33 quando fiz minha primeira greve. Você tem futuro, meu irmão — afirmou Lula.
Na sequência, Lula chamou Manuela e, enquanto a abraçava, a citou como um exemplo de “gente nova que está disposta a enfrentar a negação da política”.
Apresentado após os cumprimentos a ex-presidente Dilma, Haddad ficou pouco tempo ao lado de Lula, na frente do palco.
— Foi o ministro que viveu o maior período de investimento na Educação no nosso país.
Mesmo após a prisão de Lula, o PT segue reafirmando que ele será o candidato do partido à Presidência. A condenação em segunda instância, porém, o torna inelegível.
Uma ala do PT defende que Haddad assuma a candidatura a candidatura no lugar de Lula, diante de um impedimento. Ele, no entanto, enfrenta muita resistência dentro da sigla.
Nos últimos meses, Haddad foi um dos principais interlocutores de Lula e presença constante em reuniões do instituto do ex-presidente.
CID E O PDT
Irmão do presidenciável Ciro Gomes, Cid, usou das redes sociais na manhã de hoje, 09, em que poucas palavras, em tom de cobrança, pede que haja coerência e o PT não divida a oposição para que venha a prejudicar a esquerda hoje no país e acabe criando um possível segundo turno disputado por 2 reacionários (hostil à democracia, antidemocrático).
“O Lula e o PT devem ter o tempo necessário para refletir sobre o que será melhor para eles nesta eleição presidencial…
Isto deve ser respeitado!
No entanto, não posso deixar de me preocupar, e manifestar esta preocupação, com a possibilidade de que divididos, nós estejamos ensejando a possibilidade de que o 2o. turno seja disputado por dois candidatos conservadores, digo melhor, reacionários…”