A violência no Castelão, em Fortaleza, na decisão do campeonato cearense no último domingo foi condenada pela deputado Domingos Neto, em pronunciamento na tribuna da Câmara Federal.
O parlamentar cearense disse que o espetáculo de futebol jogado pelas equipes do Ceará e Fortaleza não merecia a ação criminosa dos torcedores. Ao final do jogo, considerado Clássico-Rei, torcedores dos dois times fizeram quebra-quebra no estádio, contabilizando-se 1.558 cadeiras destruídas, 04 portarias móveis de alambrados e 2 portas de quiosques depredadas e 6 tevês danificadas pelos torcedores.
Para Domingos Neto, a violência nos estádios brasileiros deveria “nos envergonhar muito mais que o resultado entre o Brasil e a Alemanha na Copa de 2014”. O parlamentar citou estudos do sociólogo Mauricio Murad que colocam o Brasil há 10 anos campeão em mortes por causa de futebol em todo o planeta.
“Em 2014, quando os campeonatos nacionais foram suspensos por dois meses em razão da copa do mundo, foram 18 mortes comprovadas por rivalidades entre torcedores contra 30 em 2013”. Atribuindo a violência nos estádios à impunidade, Domingos Neto disse apenas 3% dos processos de violência no âmbito esportivo acabam em condenação, segundo dados do Ministério do Esporte.
Reconhecendo que a violência nos estádios não é prerrogativa dos brasileiros, o parlamentar destacou países que adotaram medidas rígidas para coibir o fenômeno. Na Inglaterra, por exemplo, um torcedor preso por criar confusão em uma partida de futebol, mesmo sem antecedentes criminais, fica impedido de voltar aos estádios por até 10 anos e são obrigados a se apresentar à justiça 24 horas antes dos jogos.
“Torcida organizada não pode se transformar em gangue e marginal não pode se travestir de torcedor”, disse o parlamentar cobrando uma ação enérgica das autoridades que podem facilmente identificar os “brigões” com as imagens das Câmeras do Castelão.