A deputada Aderlânia Noronha usou à Tribuna da Assembleia Legislativa nessa sexta (02), para denunciar que o governo federal zerou no Orçamento para 2016 a previsão de descontos da Farmácia Popular, a partir de janeiro. Sem os descontos de até 90%, remédios oferecidos sofrerão aumentos absurdos.
A informação, divulgada pela Rede Globo de Televisão, foi confirmada pelo Ministério da Saúde, segundo Aderlânia. “Se já está difícil agora, imagine quando 24 remédios perderem esse desconto de 90%. São remédios de uso contínuo para tratamento de várias doenças graves, e algumas de controle do colesterol, Mal de Parkinson e osteoporose. O que vai fazer quem depende desses medicamentos?” – indignou-se.
O Ministério da Saúde, em nota oficial, acrescentou a deputada estadual, reconhece que a proposta de orçamento para o ano que vem prevê um corte de R$ 578 milhões no programa Farmácia Popular, o que vai ter impacto direto na oferta de remédios com desconto, que deixará de existir. Reconhece ainda que isso deve sobrecarregar as redes municipais e estaduais de saúde, admite que a situação preocupa e traz riscos à manutenção do SUS, o Sistema Único de Saúde.
Aderlânia destacou que “só para se ter uma ideia de quanto o fim deste programa pode pesar no orçamento das famílias, uma caixa com trinta comprimidos de remédio usado no tratamento de colesterol alto, que dá para um mês, comprado no programa Farmácia Popular, sai a menos de R$ 2,00. Sem o desconto, pode chegar a R$ 70,00, (35 vezes mais).”
Efeito colateral
As farmácias que têm convênio com o programa também estão preocupadas porque recebem dinheiro do governo para compensar os descontos.
Para a Associação Médica Brasileira, a estratégia do governo com esse corte pode ser um tiro no pé, porque, sem os descontos, muita gente pode interromper tratamentos.
“O índice de doença aumenta, aumenta a internação, aumenta a despesa do governo, aumenta a despesa do hospital.” – finalizou Aderlânia Noronha.