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Todos nós temos algum nível de preconceito. Sejam os preconceitos mais imundos e pérfidos como o preconceito de cor (raça não existe, amigos leitores), de gênero, de religião ou de nacionalidade, sejam preconceitos potencialmente menos perigosos como o preconceito contra um determinado alimento, um tipo de roupa, etc.

O preconceito não é só coisa de grupos, como skinheads, pois surge, às vezes, da tola pretensão de valorizar a si mesmo ao depreciar diferentes escolhas religiosas, estéticas, desportivas ou musicais. Ele pode se manifestar, às vezes, disfarçado de humor, como na humilhação – ou bullying – de um estudante por seu sotaque regional ou pela forma como se veste. Uma escola que admite posturas como essas, por não reconhecer seu potencial destrutivo, abre caminho para discriminações de etnia, idade, origem, gênero e classe.
O preconceito reflete apenas duas coisas: ignorância e medo. Afinal, o desconhecido é o pai de todos os nossos medos e o preconceito é apenas o seu filho mais querido. É aquele demônio que nos diz: “se você não conhece ou não sabe como proceder diante disso é porque deve ser mau; fuja ou lute”.
É difícil não discriminar, pois, ao generalizar experiências pessoais, já prejulgamos. Mais complicado ainda é reconhecer como desfiguramos traços de caráter e sentimentos pessoais ao descrever quem estranhamos. Ao nos referirmos a jovens da escola privada como patricinhas e aos da escola pública como pivetes, por exemplo, estamos revelando nossa própria grosseria e insensibilidade pelo simples uso desses termos – e é bom ter consciência disso e pensarmos como agir diante dessas atitudes.

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