Vencedor. É o melhor adjetivo para qualificar o empreendedor Naumi Gomes de Amorim, 40 anos, natural de Tauá, na árida região dos Inhamuns. De vendedor de tomates a bem sucedido empresário, com três fábricas, das quais duas em Caucaia, gerando quase 200 empregos diretos e mais de mil indiretos.
A vida não foi fácil para esse jovem, retirante da seca, que aos 15 anos foi para Goiás atrás do sonho de oportunidades, que lhe assegurassem uma vida melhor e condições de sustento para sua família – pais e irmãos. Antes, porém, trabalhou na roça, descascou mandioca em um fábrica de farinha, prestou serviços em fábrica de doces e de gesso.
A saga do menino pobre passa pela feira de Parambu, para onde se mudou com a família aos cinco anos de idade. Ali vendeu macaúba, macaxeira, ata, perfumes e roupas. Independente, aos nove anos montou um carro para vender doces nas ruas da cidade, nas portas de escolas e clubes, onde Naumi ainda foi engraxate. Aos 14 anos, o já adolescente montou uma banca de frutas, que comprava na cidade de Picos (PI) para onde ia às madrugadas de toda quinta-feira em cima de um caminhão.
A pobreza da família não garantiu ao menino nem mesmo vestimentas. Andou nu até seis anos de idade, quando passou a usar roupas velhas do pai e dos irmãos mais velhos, que eram reaproveitadas.
Visionário, o garoto decidiu procurar melhorias em outras cidades. Aos 15 anos de idade, convenceu o pai a deixá-lo tentar o futuro em Goiás. Com a benção dos pais, saiu de casa levando um saco e meio de feijão, um frito preparado pela mãe para comer durante a viagem, e um cruzeiro para a passagem. O sonho de Naumi era ganhar dinheiro e ajudar a família.
Carregava o sonho em cima do pau de arara. Durante o percurso, dividiu o frito com viajantes. A fome logo bateu à sua porta. Como não tinha mais dinheiro, passou três dias sem comer. Apesar das adversidades, nunca desistiu. Recebeu apoio de parentes em Goiás. Além de acomodações, os parentes pagaram-lhe passagens de Anápolis a Goiânia e de lá até a cidade de Rio Verde, onde se tornou “galego” (vendedor de porta em porta). O apurado dos primeiros meses de trabalho mandou para a mãe. O dinheiro, enviado pelos Correios, demorou 30 dias para chegar ao destino: Parambu.
Sem medo do trabalho duro, Naumi foi conquistando clientes e aos 17 anos comprou o primeiro carro e a casa. Em seguida, adquiriu um caminhão e passou a vender atacado para os outros “galegos”. A mercadoria, ele comprava em São Paulo. Pai de cinco filhos, ficou no ramo do atacado até os 30 anos de idade, quando decidiu voltar ao Ceará.
Voltou para a terra natal onde conheceu Érica, com quem se casou e tem dois filhos. A esposa está grávida do terceiro. Naumi instalou-se em Caucaia, onde tem duas empresas. A terceira fica em Manaus (AM).
Da infância simples e humilde, o empreendedor Naumi Amorim guarda o amor e dedicação à família e respeito por sua terra e sua gente. Aos amigos e familiares lembra que sempre acreditou em seus sonhos e que eles são realizados com trabalho, honestidade e ajuda de Deus. “A gente precisa ter fé, pois Deus nos dá força para lutar e conseguir chegar onde deseja”, ensina.
Uma historia de um homem vencedor. Parabens Naumi !