Na vida política, sabe-se muito bem, ninguém anda só, mas, muitas vezes, pela ânsia de companhia, não se percebe quando está mal-acompanhado.
As alianças eleitorais e administrativas sempre são necessárias quando, num regime democrático, somos regidos pela vontade da maioria.
Mas no caso cearense, as eleições deste ano começam a delinear um preocupante quadro, quando um pedaço do grupo que participa do projeto que começou com Cid Gomes, há quase 16 anos, agora que quer “criar asas” formatando uma nova facção de poder (no bom sentido, claro) na política do Ceará. Falo especificamente do grupo que hoje seria liderado pelo ex-governador Camilo Santana que se vira contra quem lhe deu a oportunidade de ser alguma coisa na política do nosso Estado.
Querendo manter seu poder de mando no Abolição, Camilo lança o nome da atual governadora Izolda Cela, que era sua vice e que não mexeu em nada no centro do poder, desde que assumiu o governo em 1° de abril. Data, aliás, sugestiva para uma mentirosa transmissão de cargo. Izolda não mexeu nem no porta canetas do birô do gabinete. Mantém todos os petistas empregados por Camilo, que continua dando ordens no secretariado, ora diretamente, ora via chefe da Casa Civil, Chagas Vieira.
Aliás, Izolda até ampliou os empregos de interesse de Camilo porque nomeou como secretária a sua própria mulher, a ex-primeira dama Onélia Santana.
Para criar uma pseudo percepção de unidade e apoio em nome da atual governadora, a prática do achaque e da chantagem tornaram-se método de gestão, com ameaças a prefeitos e deputados, obrigando-os a declararem apoio ao nome de Izolda na disputa interna do PDT que tem a prerrogativa de indicar o nome do candidato ao Governo do Ceará. Teve prefeito incauto que logo após a ligação do secretário Nelson Martins, de Relações Institucionais, postou mensagem de apoio no perfil oficial da própria prefeitura.
No âmbito parlamentar, o operador é o próprio presidente da Assembleia, Evandro Leitão, que, de pré-candidato do PDT, virou cabo eleitoral da indicação camilista.
As estratégias também incluíram movimentação junto a agremiações partidárias, com partidos que declararam, em nota, apoio ao nome de Izolda. Para clarear a cena, esses partidos podem ser definidos assim: MDB com seu presidente Eunicio Oliveira é um cavalo de Tróia querendo ser de novo inserido no núcleo de poder, numa vingança que tentava há anos contra Ciro Gomes. Eunício é o MDB que hoje não tem voto nem para elegê-lo deputado federal. Inversamente proporcional ao número de votos, é incalculável a dosagem de ódio por ele projetada contra o grupo que hoje lidera essa nova era cearense.
A nota também traz a assinatura do PT, partido apeado do poder pelo grupo de Cid e Ciro Gomes em Fortaleza, em 2012, e a quem foram impostas três derrotas acachapantes. Só a alma boa de Cid Gomes para confiar o governo a um petista que agora se revela, ingratamente, um traíra com relação aos reais interesses do Ceará que virou alvo preferencial do lulismo corrupto que está incomodado com o discurso denunciante do candidato do PDT à Presidente da República, Ciro Gomes.
Só um cego não vê a manipulação explícita que envolve a guerra contra o Ceará a partir dessa articulação engendrada por Lula, Camilo e companhia.
Temos traíra e toupeira no baile do abolição. Mas o que mais se destaca nesse quadro é a ingratidão dos dois personagens que foram guindados ao Olimpo da cena política do Ceará pelas mãos de Cid e Ciro Gomes: Camilo e Izolda hoje cospem no prato que comeram e se aliam aos principais interessados em implodir o projeto que vem mudando a face do Ceará e que são, sabidamente, os inimigos confessos dos dois irmãos.
Com trilha sonora de Nubia Lafayete, há que se perguntar: “Quem és tu? Quem foste tu? Não és nada!! Além de traíras!!
Na política, como na vida, me dizes com quem anda e eu te direi se vou contigo!!!Com essas companhias de Camilo e Izolda, certamente não andarei com eles!!
Por leitor anônimo
