O Prêmio Melhores Escolas do Mundo (World’s Best School Prizes), criado pela T4 Education e apoiado pela Fundação Lemann, selecionou três escolas finalistas em cada uma de suas categorias: Colaboração Comunitária, Ação Ambiental, Inovação, Superação de Adversidades e Apoiando Vidas Saudáveis, e entre as finalistas estão duas escolas brasileiras. A Escola Municipal Professor Edson Pisani, de Belo Horizonte (MG), concorre na categoria “Colaboração Comunitária”, e a EEMTI Joaquim Bastos Gonçalves, de Carnaubal (CE), na categoria “Apoiando Vidas Saudáveis”.
O prêmio celebra escolas de todo o mundo pelo papel fundamental que exercem no desenvolvimento de uma nova geração de estudantes e pela enorme contribuição para o progresso da sociedade, especialmente em meio à pandemia de Covid-19. Os Prêmios foram criados para partilhar as melhores práticas das escolas que estão transformando a vida dos seus estudantes e realizando uma verdadeira diferença em suas comunidades.
Os vencedores dos cinco Prêmios serão escolhidos por uma Academia de Juízes especializados com base em critérios rigorosos. Além disso, o T4 Education lançou este ano um novo Prêmio Escolha da Comunidade – aberto às 15 escolas que constituem os 3 primeiros finalistas dos cinco Prêmios Melhores Escolas do Mundo – atribuído à escola que inspirar mais apoio numa votação pública, que teve início em 12 de setembro. O vencedor do Prêmio Escolha da Comunidade receberá adesão ao novo programa “Melhor Escola para Trabalhar” da T4 Education, um programa independente e com mecanismo de escolha baseado em evidências para certificar escolas quanto à sua cultura e ajudá-las a transformar seu ambiente de trabalho para atrair e reter os melhores professores.
“Estou muito orgulhoso que duas excelentes escolas brasileiras tenham sido nomeadas hoje entre as três finalistas do Prêmio Melhores Escolas do Mundo. Parabéns à Escola Municipal Professor Edson Pisani e à EEMTI Joaquim Bastos Gonçalves por esta tremenda honra”, afirma Deniz Mizne, CEO da Fundação Lemann. “As instituições brasileiras dão o exemplo por meio das vidas que transformam. Escolas de todo o mundo poderão olhar para essas conquistas como um modelo do que pode ser alcançado”.
“Parabéns à Escola Municipal Professor Edson Pisani e à EEMTI Joaquim Bastos Gonçalves por terem sido nomeados entre as três finalistas do Prêmio Melhores Escolas do Mundo 2023. Vocês, e seus colegas finalistas, me inspiraram com a liderança, visão e cultura que promoveram e pelo excepcional ambiente de ensino e aprendizagem que construíram”, afirma Vikas Pota, fundador da T4 Education e do Prêmio Melhores Escolas do Mundo (World’s Best School Prizes). “No momento em que o mundo procura enfrentar uma crise educacional cada vez mais profunda, essas escolas brasileiras excepcionais iluminam o caminho para um futuro melhor. Chegou a hora de os governos de todo o mundo ouvirem as suas vozes e aprenderem com a sua experiência.”
A premiação foi criada pela T4 Education, com apoio da Fundação Lemann, Accenture, American Express, Yayasan Hasanah e Templeton World Charity Foundation, para compartilhar as melhores práticas de escolas que estão transformando as vidas de seus estudantes e causando impacto em suas comunidades.
Sobre as escolas
A Escola Municipal Professor Edson Pisani, uma escola pública de educação infantil, ensino fundamental e alfabetização de adultos em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, tem sido há muito tempo um motor de transformação e defesa dos direitos de seus alunos e do Aglomerado da Serra, uma das maiores e mais antigas favelas do Brasil. Com a sua capacidade de mobilizar alunos, famílias e vizinhos, e de se coordenar com o governo e com os líderes locais inúmeras vezes para educar, discutir e propor ações de melhoria na área, a escola é uma voz comprovada para a mudança, promovendo práticas de vida sustentáveis, reduzindo o lixo e melhorando a qualidade de vida da comunidade.
Por mais de 100 anos, a favela do Aglomerado da Serra viveu sem a garantia de direitos básicos, como água tratada, saneamento básico e transporte. No início dos anos 2000, a favela recebeu diversas obras públicas estruturantes do programa Vila Viva, que incluiu uma nova via dividindo o Aglomerado da Serra. Em 2013, o programa propôs uma segunda fase, que incluía o alargamento da rua onde a escola está localizada e o deslocamento de muitas famílias.
Para que os arquitetos e engenheiros do projeto participassem das reuniões comunitárias e, assim, tivessem acesso às informações do projeto, a Escola Municipal Professor Edson Pisani rapidamente organizou a comunidade, reuniu assinaturas e, em seguida, fez uma parceria com as Faculdades de Arquitetura e Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Com isso, muitas famílias não foram removidas, como proposto inicialmente.
Entretanto, o programa Vila Viva havia deixado entulhos por toda a comunidade, criando áreas perigosas e provocando o aumento de lixo, pragas e doenças. Também criou um problema em torno das fontes de água da comunidade. Mais uma vez, a escola, em parceria com a Escola de Arquitetura da UFMG, criou o Projeto Água na Cidade, que estudou os problemas hídricos e mapeou os pontos de água.
As obras abriram uma avenida de duas faixas, que permitiria finalmente a entrada de um ônibus na favela. Mais preocupado com os carros dos bairros ricos, o município recusou-se a criar a linha de ônibus. A escola, então, em parceria com o movimento Tarifa Zero, mobilizou a comunidade, organizou reuniões, coletou mais de 4.000 assinaturas e realizou inúmeras outras ações para pressionar a prefeitura. Após dois anos de luta, foi criada a linha de ônibus que liga a favela ao metrô, gerando mais acesso à saúde, educação e emprego, garantindo o direito de ir e vir da população favelada.
Se a Escola Municipal Professor Edson Pisani ganhar o “Prêmio de Melhor Escola do Mundo” na categoria “Colaboração Comunitária”, pretende melhorar ainda mais a qualidade de vida da comunidade, implementando mais iniciativas sustentáveis, proporcionando melhor acesso à educação e criando mais oportunidades para os alunos se envolverem em serviços comunitários.
A EEMTI Joaquim Bastos Gonçalves, uma escola secundária pública em Carnaubal, Ceará, Brasil, tem proporcionado uma “tábua de salvação” aos alunos que lutam para se reintegrar na sociedade desde a pandemia da COVID-19, mas também criou uma cultura de apoio e empatia em toda a comunidade escolar. Com uma queda de 67% em apenas 18 meses no número de alunos que necessitam de apoio social e emocional, o projeto “Adote um Aluno” da escola não só melhorou a vida dos alunos, como também aumentou a sensibilização para a importância da saúde mental na comunidade escolar e além dela.
Numa comunidade em que a violência e outros comportamentos emocionais se tornaram comuns entre os alunos, a escola tomou conhecimento de novas ansiedades que afetavam as crianças da comunidade logo quando a sociedade começou a abrir-se novamente após o fim do confinamento pandêmico. Na própria escola, cerca de 6% da população estudantil foi diagnosticada com problemas emocionais graves, incluindo automutilação.
Consequentemente, a escola desenvolveu o projeto “Adote um aluno” para identificar os alunos vulneráveis, prestar-lhes assistência de um psicólogo profissional, ajudar os alunos a trabalharem mais eficazmente suas competências socioemocionais nas salas de aula e educar a comunidade escolar sobre a importância da saúde mental.
A escola começou por apresentar o projeto aos pais e ao conselho diretivo local para ajudar a explicar os seus objetivos e aumentar o seu alcance. Em seguida, os alunos dirigem-se ao programa ou são encaminhados pelos pais ou professores. A partir daí, a escola inscreve-os no projeto. Devido à existência de um estigma associado à saúde mental na comunidade, alguns alunos resistem a entrar no programa, pelo que só podem, portanto, ser encorajados.
Do número inicial até o lançamento do projeto em setembro de 2021, menos de 10 alunos continuam a ser assistidos. Aqueles que receberam apoio relataram melhorias na sua autoestima e bem-estar geral, resultando num melhor desempenho acadêmico e num renovado sentido de esperança. O projeto também registrou um aumento do apoio e do envolvimento da comunidade.
Se a EEMTI Joaquim Bastos Gonçalves ganhar o Prêmio de Melhor Escola do Mundo na categoria “Apoiando Vidas Saudáveis”, a escola pretende utilizar o prêmio para expandir o seu projeto “Adote um Aluno” e prestar mais apoio aos alunos que lutam com problemas de saúde mental. A escola também planeja colaborar com outras escolas da região para promover uma cultura de saúde mental e bem-estar.
Os prêmios
Os ganhadores dos cinco Prêmios Melhores Escolas do Mundo (World’s Best School Prizes) foram escolhidos por uma Academia Julgadora composta por líderes ilustres em todo o mundo, incluindo acadêmicos, educadores, ONGs, empreendedores sociais, governo, sociedade civil e setor privado, receberá os resultados da votação da assessoria pública e irá avaliar os finalistas com base em critérios rigorosos. O prêmio total de US$ 250 mil será dividido igualmente entre as vencedoras.
O vencedor do novo Prêmio Escolha da Comunidade – escolhido por votação pública – será anunciado ao mesmo tempo. O Prémio Escolha da Comunidade pode ser atribuído a qualquer um dos três finalistas que receba o maior número de votos do público, independentemente de ganhar um dos cinco Prêmios de Melhores Escolas do Mundo. Todos os três finalistas compartilharão as suas melhores práticas através de “Kits de transformação escolar” e eventos no aplicativo T4 Communities.
Sobre a T4 Education
Acreditamos que todas as crianças de todos os lugares merecem uma boa educação. Estamos construindo a maior comunidade de professores e escolas do mundo para o conseguir. Juntos. A nossa plataforma de meios digitais oferece oportunidades aos educadores para trabalharem em rede, colaborarem, partilharem boas práticas e apoiarem os esforços uns dos outros para melhorar a aprendizagem e a cultura escolar. Trabalhamos para amplificar as vozes dos professores porque o mundo que queremos ver só será construído ouvindo aqueles que estão no centro da educação.
A nossa comunidade global de mais de 200.000 professores e a nossa plataforma de meios de comunicação digitais proporcionam às organizações um motor para a atribuição de prémios de educação que se destacam tanto nos meios de comunicação internacionais como na consciência pública.
Sobre a Fundação Lemann
A Fundação Lemann acredita que um Brasil feito por todos e para todos é um Brasil que acredita no seu maior potencial: gente. Isso só acontece com educação de qualidade e com o apoio a pessoas que querem resolver os grandes desafios sociais do país. Nós realizamos projetos ao lado de professores, gestores escolares, secretarias de educação e governos por uma aprendizagem de qualidade. Também apoiamos centenas de talentos, lideranças e organizações que trabalham pela transformação social. Tudo para ajudar a construir um país mais justo, inclusivo e avançado.
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