O Jornalista Roberto Moreira especulou em seu blog, que o Vice-governador Domingos Filho, estaria fundando um partido político para viabilizar uma possível candidatura ao Governo do Estado em 2014. A sigla seria o PPL, Partido da Pátria Livre, uma agremiação fundada recentemente.
Sinceramente, ninguém nunca ouviu falar que o Vice-governador tenha cogitado deixar o PMDB, sigla pela qual elegeu-se Deputado Estadual em 1994, trabalhou pelo seu fortalecimento e onde permanece até hoje. Essas constantes especulações mais parecem uma espécie de convite para que ele deixe os quadros peemedebistas, pavimentando assim o caminho para que o Senador Eunício Oliveira, que comanda a sigla, não sinta-se acossado por nenhuma outra liderança que possa ameaçar seu projeto político de ser candidato ao olimpo estadual.
Para entender o cenário é preciso voltar no tempo. Passadas as eleições de 2012, o Presidente Regional do PMDB externou seu projeto político para 2014, inclusive menosprezando todas as demais lideranças do bloco de situação, ao dizer que, como o Governador Cid Gomes não é mais candidato e que no grupo não teria nenhum nome em condições de ganhar as eleições, sua indicação era natural. Fico a imaginar qual teria sido a reação de outros pretensos líderes, ex-prefeito de Sobral e Ministro, Leônidas Cristino, Secretário da Fazenda, Mauro Filho, Presidente da AL, Zezinho Albuquerque e o próprio Vice-governador Domingos Filho, dentre outros, com tão infeliz afirmação.
Ninguém se engane com o jogo de cena que está ocorrendo nos bastidores políticos do Ceará para 2014. O Governador Cid Gomes, cacifado após eleger o Prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, está com a faca e o queijo na mão para dar as cartas do jogo sucessório estadual. Os Ferreira Gomes podem ter muitos defeitos, como todos os políticos e cidadãos comuns possuem, mas eles também tem muitas virtudes e a principal delas é a da gratidão, de serem amigos dos amigos.
Diante desse cenário, não enxergo mais ambiente para o Vice-governador Domingos Filho nos quadros do PMDB. Apenas por ser lembrado pelos amigos e aliados(prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e deputados) das mais diversas regiões do Estado para disputar o Governo em 2014, alguns peemedebistas direcionam olhares atravessados e ele nunca falou claramente dessa pretensão, se limitando a dizer que o futuro a Deus pertence.
DF nunca se manifestou sobre o assunto, mesmo porque, como político inteligente, sabe que ninguém é candidato de si mesmo, especialmente quando se trata de governar um Estado como o Ceará, importante que é no cenário nordestino e nacional. Recordo-me aqui de uma declaração de outro grande político cearense e nosso conterrâneo de Tauá, o ex-Deputado Júlio Rêgo, que teve 7 mandatos de deputado estadual coroando sua carreira política sendo eleito Presidente da AL. Disse Júlio Rêgo, numa entrevista à sua emissora de Rádio: “Uma corrida sucessória é de resistência e não de quem larga na frente”. O segredo é controlar as emoções, dominar o coração e principalmente, não colocar os pés pelas mãos pra chegar lá.
Quem projeta chega ao topo deve ter a consciência de que o objetivo será alcançado com o apoio dos amigos e aliados, nunca subindo nas costas de ninguém ou querendo diminuir alguém que lá na frente possa lhe ser útil.
É, a política é assim, uma prova de fogo. Ela testa o equilíbrio emocional, obriga a analisar as conjunturas e os espaços a serem ocupados, além de impor uma condição vital para o nosso dia-a-dia, saber lidar e conviver com as adversidades(quem governa precisa ter essa qualidade).
Vejo que o PMDB (nacional e estadual) castrou qualquer pretensão de um filiado seu, concorrer à condição de candidato a Governador do Ceará, a não ser o Senador Eunício Oliveira. Como sei que Domingos Filho não é carta fora do baralho, só lhe resta um caminho, buscar outro abrigo partidário e aguardar o desenrolar dos acontecimentos.
Diferente de DF, seus amigos e aliados de diversos partidos (inclusive e, especialmente do PMDB) estão com pouca paciência e magoados com a forma que ele vem sendo tratado pela cúpula do PMDB estadual que, segundo analisam, caminha para impor uma expulsão branca ao valoroso quadro, que tem cinco mandatos consecutivos no partido, quatro de deputado e o atual, de Vice-Governador do Estado, embora este, é bem verdade, seja fruto de uma escolha pessoal do Governador Cid Gomes que o indicou como companheiro de chapa.
Já se escuta uma grande torcida de correligionários de DF de todo o Estado induzindo-o para que ele siga o caminho partidário do filho, Dep. Domingos Neto (que não esconde o desejo de ter o pai no PSB), vibrante liderança do PSB Jovem Estadual, partido presidido no Ceará pelo Governador Cid Gomes, líder maior e amigo inconteste de Domingos Filho.
Embora recebendo convites dos mais variados partidos no Estado para incorporar Domingos Filho em suas fileiras, não se enganem, o destino do Vice-Governador é diretamente vinculado aos Ferreira Gomes.
Mas DF não é um político afobado, se fosse, não teria chegado onde chegou. Ele é bom jogador e está vendo atenta e tranquilamente as peças do tabuleiro de xadrez se mexerem pra lá e prá cá.
A hora do cheque-mate se aproxima.
Repórter: Wilrismar Holanda