A solenidade de lançamento do Cômite Estadual da II Conferência da Caatinga – Desenvolvimento Humano com Sustentabilidade no Semiárido foi realizada na noite desta segunda-feira (16/11), no Plenário 13 de Maio da Assembleia Legislativa. Ele é formado pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará (SDA) e o Instituto Nordeste XXI, responsáveis pela organização e mobilização da ll Conferência da Caatinga. No evento, também foi lançado o livro “O Mundo da Caatinga”.
De acordo com o deputado Odilon Aguiar (Pros), autor do requerimento, a caatinga é o mais fragilizado dos biomas brasileiros. O parlamentar informou que cerca de 70% da caatinga já se encontra alterada pelo homem e somente 0,28% de sua área encontra-se protegida em unidades de conservação. No Ceará, a caatinga perdeu 45% da área original. “Vamos nos motivar e fomentar a consciência de que a convivência com o semiárido é essencial para o nosso desenvolvimento e, sobretudo, para as futuras gerações”, afirmou.
O secretário do Desenvolvimento Agrário do Estado, Dedé Teixeira, disse que o livro “O Mundo da Caatinga” é o melhor acervo sobre caatinga do País. “Queremos fazer desse livro um grande instrumento de formação, que ele possa chegar a todas as instituições, tanto nacionais como internacionais, para que ele possa iniciar a discussão da importância do desenvolvimento sustentável do semiárido”, destacou.
Para o secretário do Meio Ambiente do Estado (Sema), Artur Bruno, o livro também deve ser utilizado como instrumento de mobilização da bancada Nordestina no Congresso Nacional para aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 115/95, que inclui a caatinga e o cerrado como patrimônio nacional. “Esse livro será um grande instrumento, não apenas de educação ambiental, de geografia, de história, de conhecimentos sobre a caatinga, mas será um instrumento político”, defendeu.
Segundo Francisco Bezerra, presidente do Instituto Nordeste 21 e coordenador geral da II Conferência da Caatinga, o livro traz um documento importante que é o relato inédito da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada em 2012, no Rio de Janeiro, e informações sobre a primeira Conferência da Caatinga. “O livro ajuda a desconstruir a imagem da caatinga, que está associada a miséria, a pobreza e a devastação”, ressaltou.
A professora Dolores Feitosa, presidente da Fundação Bernardo Feitosa, alertou sobre a importância da água para a o semiárido e disse que este deveria ser o tema principal da próxima conferência. Para ela, é necessário a mobilização de todos para haja uma conscientização sobre o valor da água. “A água é vida, é o sangue da terra”, afirmou.
A II Conferência da Caatinga – Desenvolvimento Humano com Sustentabilidade no Semiárido está agenda para maio de 2016, em Fortaleza. O encontro tem o objetivo de avaliar os resultados da I Conferência, com destaque para a Declaração da Caatinga, além de cumprir a pauta construída pelos organizadores e parceiros ao longo dos últimos anos.
Também participaram da solenidade o superintende da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Leonildo Peixoto Farias; o professor da Osmar de Sá Ponte, da Universidade Federal do Ceará(UFC); professor Benedito Vasconcelos Mendes, da Universidade Federal do Semiárido (Ufersa); professor e historiador Juarez Leitão; além de professores da Universidade de Fortaleza (Unifor), representantes da Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural do Ceará (Ematerce) e do Servido Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas(Sebrae/Ce).