Eunício tenta fechar candidatura única na disputa pela presidência do Senado, hoje exercida por Renan Calheiros
O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) afirmou que, se eleito presidente do Senado no próximo dia 2 de fevereiro, irá priorizar a reforma trabalhista. Candidato de Renan Calheiros à sucessão, o parlamentar cearense destacou que as mudanças trabalhistas são necessárias para “destravar o Brasil”.
“Está entre as prioridades, sim (reforma). É preciso para destravar o Brasil”, afirmou. A mudança é proposta pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB). Entre as principais medidas, está a possibilidade de que acordos entre empresas e sindicatos se sobreponham à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
As férias também estarão sujeitas a negociação coletiva e poderão ser divididas em três períodos.
Os defensores da reforma afirmam que a flexibilização das leis trabalhistas pode aumentar a oferta de emprego. Já aqueles que são contra dizem que ela coloca em risco conquista dos trabalhadores ao longo das últimas gerações.
Eunício, que também é empresário, fala ainda que mudanças no Código de Processo Penal e no Código Florestal também serão apressadas. Segundo ele, esses projetos já estão nas comissões e devem ser colocados em pauta brevemente.
“Também temos que fazer mudanças no trâmite das medidas provisórias para que não fiquem trancando a pauta e o Senado possa funcionar por iniciativa própria. As medidas provisórias são importantes, mas têm que ter o trâmite. O Legislativo é um Poder. Como Poder, tem que exercer sua função. Não quer dizer confronto. Os poderes são harmônicos e independentes”, disse.
Nova Mesa
Com a chapa ainda indefinida, Eunício ainda aguarda anúncio oficial de sua candidatura à presidência do Senado. Junto com ele, é possível que os outros dois senadores cearenses Tasso Jereirssati (PSDB) e José Pimentel (PT) também ocupem cargos na Mesa.
Pimentel estaria sendo cotado para 1º secretário. Já Tasso pode ser indicado pelo partido como vice-presidente. Nenhum deles, no entanto, confirmou ter recebido convites para as cadeiras.
O PT terá reunião com a direção nacional do partido, o presidente Rui Falcão e as bancadas na Câmara e no Senado para decidir alianças e acordos para a eleições das Casas. Na última semana, a sigla decidiu que deixaria seus parlamentares livres para apoiar quem quisessem, inclusive Eunício e Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tenta se reeleger na Câmara.
Caso apoiem ou se aliem a esses candidatos, o PT estaria se ligando justamente ao grupo político que acusou de golpe ao derrubar a ex- presidente Dilma Rousseff (PT).
Por Isabel Filgueiras