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Política

Quando o amor acaba, assim também é na política

– Quero lhe dizer como me sinto – disse um amigo. – Estou confuso, durante anos convivi com uma pessoa maravilhosa, uma brisa leve em situações asfixiantes e um calor suave perante à fria realidade. Tínhamos muitas coisas em comum: o riso fácil, a vontade de construir uma vida juntos, o desejo de aprender um com o outro, de compartilhar o nosso tempo livre e a curiosidade criativa.

Espantado por tantos elogios à companheira, disse a ele que deveria se sentir orgulhoso desse amor. No entanto, ele continuou com o desabafo.

– Algumas semanas atrás, percebi que algo havia mudado. O riso já não era tão alegre, ficamos distantes um do outro, os projetos de vida estavam desencontrados, não tinha mais paciência para ouvi-la e seus comentários me irritavam. Então pensei; minha vida acabou? O que devo fazer? Será que estou me destruindo? Agora sinto um grande vazio, mas ainda estou vivo. O que aconteceu?

Tentei pensar racionalmente para chegar a uma conclusão o mais consistente possível, para trazer luz a esse estado de ambiguidade.

A dicotomia amor-desamor se fez presente; o que era próximo ficou distante, e assim como nos sentimentos de amor e desamor, podemos assim avaliar alguns atos políticos ocorridos nos últimos dias de 2016 a nível de estado.

Muitas vezes nos apoiamos nos outros e não percebemos que a força para enfrentar os desafios está dentro de nós. Colocamos nossas vidas nas mãos de pessoas a quem atribuímos tudo o que nos falta: imaginação, sagacidade, etc, e os colocamos num pedestal. Até que um dia, percebemos que essa pessoa não é tão amiga, divertida ou criativa, e nem mesmo tão boa como imaginávamos. Nossa admiração acaba e a presença tão desejada se torna substituível e até mesmo irritante.

Aos poucos, a pessoa vai percebendo que já não ama mais e é preciso ter coragem para falar e terminar o relacionamento. Isso, muitas vezes, nos dá uma enorme sensação de culpa e não sabemos como resolver essa situação. Ficamos tristes, decepcionados, temos medo de tomar decisões erradas, adiamos essas decisões e isso gera mais ansiedade e angústia.

Mas para alguns políticos, assim como o ser humano, é sempre um forte sobrevivente e tem a capacidade de renascer como a fênix. De criar novas perspectivas, novos desejos e sonhos.

O importante é encerrar essa fase, o difícil é saber quando e como. Aprender com a experiência, voltar velhas amizades, cativar novos aliados, cuidar da sua autoestima e superar o medo de seguir em frente.

Por Ulisses Lima

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