Partido criado por Leonel Brizola foi o único da base de Dilma a crescer na eleição municipal e comandará Natal, São Luís e Fortaleza por mais quatro anos
A reeleição do pedetista Roberto Cláudio como prefeito de Fortaleza aumenta o cacife do ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) nas suas negociações para se viabilizar como candidato à Presidência da República em 2018. Sem dizer que é candidato ao Planalto, Ciro tem usado as palestras em universidades pelo país afora para construir uma candidatura independente das cúpulas dos partidos, com críticas generalizadas a todas as legendas.
O prefeito da capital cearense é do grupo político de Ciro e do seu irmão Cid Gomes, também ex-governador do estado. Ele derrotou Capitão Wagner (PR), nome preferido dos senadores Eunício Oliveira (PMDB) e Tasso Jereissati (PSDB). A segunda gestão de Roberto Cláudio, se for aprovada como a primeira, servirá de vitrine para o irmão mais velho da família Ferreira Gomes tentar chegar ao Planalto. Roberto Cláudio teve o discreto apoio do governador do PT, Camilo Santana, que preferiu desconsiderar a candidatura da deputada petista Luizianne Lins, que nem chegou ao segundo turno. Mas Fortaleza não será a única vitrine do PDT.
O partido dirigido por Carlos Lupi também reelegeu Carlos Eduardo Alves como prefeito de Natal no primeiro turno e Edivaldo Holanda, de São Luís, no segundo turno. Apoiada pelo governador Flávio Dino, do PCdoB, a reeleição de Holanda reforça uma possível aliança entre os dois partidos para a campanha de 2018 e aumenta a chance de Ciro Gomes conseguir apoio também do PT.
O partido dos ex-presidentes Lula e Dilma terá grandes dificuldades em encontrar um nome para concorrer de novo à Presidência depois de tantas crises e prisões de dirigentes envolvidos com corrupção. O PDT foi o único aliado da ex-presidente que conseguiu melhorar seu desempenho em comparação com a eleição anterior.