Saber não é suficiente. É preciso aplicar. O Brasil está internamente derrapando no caminho rumo ao progresso. O maior defeito da política brasileira é a falta de continuidade que marca as transições de poder nas diversas esferas.
Com a vitória de diversos prefeitos pelo Brasil, sendo muitos não reeleitos, é grande a expectativa de que haja continuidade nos projetos iniciados, além de incrementos nos já existentes e o prazer de dar início aos novos e importantes projetos de que as cidades tanto necessitam.
Em países que têm uma democracia madura e uma tecnocracia estável, a modificação do governante da ocasião ou partido do eleito não implica a alteração brusca das linhas mestras da condução dos assuntos de Estado.
Na administração brasileira, contudo, os administradores dificilmente – para não dizer nunca – reconhecem méritos de gestões anteriores, recusando-se a dar continuidade a projetos, ainda que grandes, pelo simples fato de não serem os pais da ideia. Nada mais absurdo. Não há demérito em acolher uma boa ideia e geri-la de forma competente, incrementando-a, se possível for.
Muitos recursos, financeiros e humanos, seriam poupados se nossos políticos, ao invés de dedicarem-se à busca da novidade, aproveitassem os bons exemplos deixados por seus antecessores, sem desperdiçar tudo quanto foi feito apenas em nome da ruptura e do combate ao continuísmo. Há uma diferença absurda entre continuísmo e continuidade. É possível dar estabilidade e continuidade à administração, pública ou privada, sem que isso signifique mesmice, conformismo e inércia. Essa talvez seja a diferença entre os políticos e os grandes estadistas: o político pensa na próxima eleição, ao passo que o estadista pensa na próxima geração.
O administrador consciente, que reconhece as boas ideias e o mérito alheio, está, certamente, muito mais próximo do reconhecimento da história do que aquele que, a pretexto de inovar, joga fora o esforço coletivo que, em última análise, custou os recursos dos contribuintes.
Agora cabe a nós, eleitores cidadãos, cobrar de nossos prefeitos, vereadores e de todos os secretários todas as propostas apresentadas durante seus debates e plano de governo, e assim, dar à nossa cidade um raro exemplo de competência administrativa, própria dos grandes estadistas, no qual o bom trabalho anteriormente executado é reconhecido e valorizado, independentemente de questões eleitorais menores. Vamos fazer de cada cidade um grande exemplo, vamos mostrar que os cearenses sabem exercer sua Cidadania na íntegra!
parabéns Ulisses é deste pensamento que todo eleitor deveria usar para poder eleger alguém, mas, infelismente voce sabe… abraço