O Instituto Lula negou que o ex-presidente Lula faça lobby ou pratique tráfico de influência. A assessoria do petista disse que ele não atuou em favor da Odebrecht na privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF). “Como o documento mostra, ele comentou o interesse da empresa brasileira pela empresa portuguesa. Que, aliás, era público há muito tempo (…) São inúmeras as empresas brasileiras que acompanham com interesse o processo de privatizações em curso em Portugal.”
Perguntado se Lula havia recebido pagamento para fazer lobby para a Odebrecht, a assessoria negou. “Não. O ex-presidente não recebeu, não recebe e jamais receberá qualquer pagamento de qualquer empresa para dar consultoria, fazer lobby ou tráfico de influências”. E afirma que, no caso da Odebrecht, ele ganhou para fazer palestras.
A Odebrecht também citou palestras de Lula como justificativa para as viagens. “As visitas a Cuba foram realizadas durante outras viagens do ex-presidente a países nos quais realizou palestras”, disse em nota. A empresa afirma que seus representantes acompanharam Lula em visitas ao Porto de Mariel pelo fato de a empreiteira ser a construtora da obra. Sustenta que os convites para visitar o porto partiram de Cuba. Em relação à atuação do ex-presidente em Portugal, a empresa apenas confirmou os fatos de que Lula teve as despesas pagas pela Odebrecht em 2013, quando realizou uma palestra, e de que a empreiteira tinha interesse na EGF. Não houve comentário sobre a conversa de Lula com o primeiro-ministro português sobre o caso.
O Instituto Lula disse que o ex-presidente não agendou reunião para o embaixador do Zimbábue no Brasil, Thomas Bvuma, no BNDES. “O ex-presidente não agendou uma reunião. O evento ao qual o telegrama se refere, no dia 3 de maio de 2012, foi público, um grande seminário comemorativo dos 60 anos do banco, com mais de 500 pessoas presentes, entre elas embaixadores ou delegações de todos os países africanos, na sede do BNDES”.
O BNDES disse que foram disponibilizados espaços para reuniões privadas no âmbito do seminário, mas disse não ter informação sobre reunião com Bvuma. O banco afirmou que Lula “não interferiu, nem poderia ter interferido, em nenhum processo do BNDES” porque os financiamentos “seguem todos os critérios impessoais de análise”.