Terceira nas eleições em Fortaleza, a petista se disse “muito angustiada” com os rumos de uma política “medíocre”
Sendo a 3ª mais votada nas eleições municipais de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), emocionou-se ao falar sobre a conjuntura política da Capital e do Brasil. Ex-prefeita por dois mandatos, ela disse que está “quase desistindo de tudo” e “muito angustiada” com o cenário político.
Luizianne criticou rivais eleitorais, como os irmãos Cid e Ciro Gomes (PDT), a quem chamou de “medíocres” e “oligarcas”, e disse esperar que o PT mantenha oposição ao prefeito eleito Roberto Cláudio (PDT).
“Há um processo de definhamento da política no País”, lamentou Luizianne. “É preciso ir para um outro patamar de dizer para as pessoas o que está acontecendo, dizer para o povo que a política não é uma coisa de varinha de condão que se resolve tudo e aparecem super-heróis e tudo se resolve”, pontuou.
Sem conseguir segurar as lágrimas durante a entrevista na Assembleia Legislativa, a ex-prefeita lamentou principalmente pela juventude que, para ela, “está sem perspectiva e sem entender nada”.
“Estou na Câmara Federal, quase desistindo de tudo, está muito difícil enfrentar. Não vou nem dizer a mediocridade (…) É outro patamar, de civilidade, inteligência”, afirmou. Luizianne fez críticas também à aprovação da PEC 241 que congela gastos do Governo. “Essa PEC 241 é o fim do mundo. Estou reflexiva, constrangida, chateada”, completou.
Eleições em Fortaleza
Candidata em 2016, após disputa interna dentro do PT – que cogitava apoiar o atual prefeito Roberto Cláudio, rival em 2012 -, Luizianne ficou na terceira posição, com 15,06% da preferência do eleitorado, 193.687 votos.
Devido às divergências internas, o PT anunciou que não apoiaria nenhum dos candidatos em segundo turno. Às vésperas da eleição, Luizianne gravou vídeo criticando Roberto Cláudio e enfatizando que votaria nulo.
No domingo, antes do resultado, ela voltou a dizer que, de um lado, havia um “candidato apoiado pela oligarquia Ferreira Gomes, que a cada conversa é uma discussão, é uma mentira. Por outro lado, uma candidatura policialesca”, em referência a RC e Capitão Wagner, respectivamente.
“Quando vejo Ferreira Gomes, um bando de medíocres na política, oligarcas, completamente à vontade, querendo falar sobre Fortaleza, não sei mais o que se está pensando na política, estou muito angustiada”, lamentou Luizianne.
A deputada afirmou que está sofrendo mais com o resultado das eleições de 2016 do que com a derrota do candidato a sua sucessão em 2012, Elmano de Freitas. “Em 2012, na disputa pelo segundo turno, se não fosse pela operação de guerra que foi praticada contra a campanha dele, ele teria ganho. Aquilo pegou todo mundo de susto”.