Sindicatos, entidades da sociedade civil e grupo de estudantes de Mombaça promoveram uma marcha contra a corrupção, a exemplo dos protestos que vem sendo realizado em todo o País.
Segundo o presidente da Câmara Municipal, vereador Francisco Teixeira (PP), o protesto foi motivado após o Ministério Público Estadual (MP-CE) pedir o afastamento do prefeito José Wilame Barreto Alencar (PSDB) por suspeitas de corrupção.
Adversário político do prefeito, Francisco Teixeira disse que o sentimento entre os moradores da cidade é de descrença. “A gente conseguiu apurar em uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) um número muito grande de irregularidades (na prefeitura), e até agora nada. A sociedade acha que não dá em nada, porque tudo passa e ninguém consegue fazer com que as autoridades sejam punidas”.
Denúncias
O pedido de afastamento do prefeito foi feito no dia 21 de outubro pelo procurador Benon Linhares Neto, da Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), ao desembargador presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJ-CE). O MP-CE justificou o pedido como uma forma de evitar novos desvios de dinheiro público e de evitar a destruição de provas e o constrangimento de testemunhas na comprovação dos fatos criminosos.
O MP-CE acusa José Wilame de desvio de dinheiro público por meio de um esquema fraudulento de processos licitatórios direcionados para obras e locação de veículos com a Construtora Nordeste. Segundo o MP-CE, o esquema também tem indícios de fornecimento de notas fiscais frias para justificar as despesas realizadas pela Prefeitura, beneficiando aqueles que efetivamente executavam as obras e que não poderiam firmar contrato com o ente público, por terem algum vínculo funcional ou político com a administração municipal.
José Wilame atribui as denúncias à disputa política. O prefeito diz que todas as obras foram realizadas, aprovadas e que “não houve nenhum prejuízo ao erário público. Mombaça está em dia”. Sobre a acusação de que usava empresas de fachada para desviar recursos, ele garante que os serviços foram prestados, mas “não é função minha saber se a empresa existe”.
Colaborou Amauri Alencar