A Câmara Municipal de Tauá realizou na manhã do dia 20 de novembro, em seu auditório, o 1º Encontro dos Parlamentos Municipais dos Inhamuns, com palestra ministrada pelo ex-vice-governador Domingos Filho e Priscila Brito, advogada especializada em Direito Eleitoral.
Na abertura do evento que contou com a presença de mais de 60 vereadores, 3 prefeitos e dezenas de assessores, fez uso da palavra o presidente do legislativo tauaense, vereador Valdemar Júnior, que enfatizou a importância desse encontro e as experiências trocadas de quando de sua ida as casas legislativas para o convite formal para esse importante encontro dos parlamentos.
Em sua fala, a jovem advogada Priscila Brito, explanou que a a primeira eleição depois do pleito de 2018 vai ser marcada por algumas mudanças significativas. A principal delas é o fim das coligações na disputa proporcional – a votação para vereadores, no caso de 2020. As alianças na chamada majoritária, para cargos do Executivo, continuam permitidas. Com a alteração, cada partido precisará apresentar uma lista completa com candidatos a vereador, sem se coligar com outras legendas.
No meio político, a mudança é bem vista pela maioria dos dirigentes partidários, assim acredita o presidente do PSD no estado do Ceará, Domingos Filho, um dos palestrantes. Em geral, ele aposta que haverá um fortalecimento das legendas maiores e na qualificação dos quadros e do debate interno.
Domingos acredita que os vereadores se tornarão pequenos líderes, com votos pessoais, e que isso pode até mudar a relação entre os prefeitos e as câmaras municipais.
“O vereador não entra mais porque outro candidato fez votos a mais para se eleger. Isso vai dar um novo cenário nessa concorrência”, disse Domingos Filho.
Mas os principais reflexos, na avaliação de Domingos, se dariam caso a nova norma seja mantida nas próximas eleições gerais, com mudanças no Congresso, em 2022. Se isso ocorrer, muitos partidos não devem conseguir eleger representantes, deixarão de receber recursos públicos por causa da cláusula de barreira e precisarão se refundar ou agrupar para não morrerem.
Domingos ainda lançou uma ideia, tendo em vista o potencial econômico e político dos municípios que integram a Região dos Inhamuns, sugeriu a criação do Parlamento dos Inhamuns, que, na prática, envolveria todas as cidades da macrorregião, com o objetivo de valorizar, fortalecer e defender os interesses do território. “Somos 21 cidades, então reuniríamos vereadores, deputados estaduais e federais”, afirma Domingos.
Dentre outros assuntos abordados destacaram os prazos do calendário eleitoral, que serão os mesmos da disputa em 2018. Candidatos precisam estar filiados no partido há seis meses antes da eleição (4 de abril de 2020). A definição das candidaturas deve ocorrer em convenções até 5 de agosto. A campanha terá duração de 45 dias. O primeiro turno ocorre em 4 de outubro de 2020.