Na obra do hospital foram investidos recursos de R$ 87,7 milhões. Localizado a 200 km da capital, local foi inaugurado em dezembro de 2014
Inaugurado há dois anos, o Hospital Geral do Sertão Central (HGSC), em Quixeramobim, no Ceará, conta com menos de 10% do número de profissionais necessários para funcionar. A constatação foi feita pela Defensoria Pública do Ceará (DPE) em visita à unidade de saúde realizada na manhã de quinta-feira (8), período em que apenas uma pessoa foi atendida. Após dois anos inaugurado, o Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim, prevê atender 630 mil pessoas de vinte municípios no Sertão Central. A Secretaria da Saúde diz que “até entrar em pleno funcionamento”, o hospital está passando por etapas de validação.
“Chegamos de surpresa, como estamos atuando em todas as unidades hospitalares, e o único médico presente na unidade era o diretor. Constatamos que para o Hospital funcionar seria necessário 1.600 profissionais, mas não tinha nem 10% desse número lá”, relata o defensor público Guilherme Queiroz Maia Filho.
“A estrutura é impecável, os equipamentos são de ponta e o hospital estava aberto. Havia cerca de 100 profissionais atuando como atendentes, enfermeiros, equipe do administrativo, mas não havia médicos e nem pacientes. O que adianta todo esse aparato se não há atendimentos?”, questiona a defensora Beatriz Fonteles Gomes Pinheiro.
No dia 1º de dezembro, durante uma audiência pública realizada na comarca de Quixeramobim, ficou definido que o hospital deveria funcionar até o dia 9 deste mês, prazo que será encerrado nesta sexta-feira (9).
O que diz a SESA
Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), diz que foram iniciados na segunda-feira (5), o serviço do ambulatório de cirurgia e do ambulatório multiprofissional (fisioterapeuta, nutricionista e fonoaudiólogo), além dos serviços de exames laboratoriais e de imagem. Nestes quatro dias de funcionamento, 40 pacientes da região foram atendidos.
A Sesa diz, ainda, que “até entrar em pleno funcionamento, o hospital está passando por etapas de validação das condições de usabilidade da infraestrutura e dos equipamentos e o início do funcionamento do ambulatório de cirurgia. As etapas seguintes são os serviços de exames laboratoriais e de imagem; internação cirúrgica eletiva, do centro cirúrgico e do ambulatório multiprofissional; internações em UTI para adulto e na clínica médica para adulto; internações em UTIs pediátrica e neonatal, clínica médica e Unidade de Cuidados Especiais; e, por fim, início do atendimento na emergência e da internação obstétrica de alto risco.