Apenas torcedores cadastrados, com biometria facial registrada nos bancos de dados da Prefeitura de Fortaleza, terão acesso aos estádios de futebol na capital cearense. Uma reunião na segunda-feira (12) entre representantes do Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza e forças de Segurança definiu uma série de medidas para conter a violência na cidade, em especial nos estádios ou envolvendo torcidas organizadas, esquecendo que essa guerra de terror na região metropolitana não é culpa de torcidas organizadas, mas sim uma briga entre facções criminosas.
A reunião ocorre três dias após a chacina no Benfica, bairro universitário de Fortaleza. Um ataque à sede da Torcida Uniformizada de Fortaleza (TUF) no bairro deixou quatro mortos; a cerca de 400 metros do local, na Praça da Gentilândia, outro tiroteio matou três pessoas. Um suspeito foi preso.
“Uma das ações importantes é cadastrar o torcedor e ter o registro biométrico da sua entrada no estádio. A gente com isso garante a segurança de quem está dentro do estádio e também uma segurança indireta fora do estádio. A gente vai saber se tem alguém com um mandado em aberto, alguém que pode gerar risco à sociedade com interesse em entrar no estádio”, afirmou o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio.
Segundo o prefeito, ainda não há um prazo definido para a medida entrar em vigor, mas ela será adotada “depois de dar tempo para cadastrar” todos os interessados. Ainda segundo Roberto Cláudio, a Prefeitura de Fortaleza já tem um cadastro de biometria facial de 1,1 milhão de pessoas que fazem uso do Bilhete Único, que serão aproveitados no controle de entrada nas arenas esportivas.
“Vai ter um grupo trabalhando nisso, será dado um prazo. Já tem um banco de dados, por meio do Bilhete Único, é preciso ter tempo para cadastrar outras pessoas não cadastradas”.
Caso um torcedor seja de outra cidade e queira frequentar um estádio em Fortaleza, ele poderá fazer o cadastro no local.
Outras medidas
Além do registro para entrar no estádio, a reunião definiu as seguintes medidas de segurança:
* Criação de uma comissão mista parlamentar, com vereadores, deputados, membros dos clubes de futebol e da Segurança, para debater políticas de prevenção;
* Aprimorar o diálogo com os órgãos de fiscalização e acessibilidade para o reordenamento urbano do entorno dos estádios;
* Ter acesso a informações sobre cadastro de associados em torcidas organizadas de clubes de Fortaleza;
* Policiamento com 850 policiais militares em dias de jogo entre Fortaleza e Ceará.
“A comissão vai construir, vendo as experiências exitosas de outros estados e países, mecanismos e políticas públicas que podem ser adotadas para acabar com a violência de torcidas em dias de jogos”, disse o governador do Ceará, Camilo Santana. “Será criado um relatório com sugestões para serem executadas pelo Estado e Prefeitura, além das federações e clubes. Ou seja, definindo as responsabilidades de cada um.”
Fonte: G1.com