A ameaça de cassação da chapa Dilma Rousseff e Michel Temer, eleita em 2014, não deve atrapalhar os trabalhos na condução da presidência da República e Temer (PMDB) deve concluir o mandato até 2018. A avaliação é do deputado federal Genecias Noronha, presidente estadual do Partido Solidariedade, que, madrugada de ontem, retornou a Brasília para continuar os trabalhos legislativos.
A chapa Dilma-Temer é investigada pelo Tribunal Superior Eleitoral que avalia se o dinheiro supostamente ilícito, que teria sido doado através de propina de empreiteiras, e injetado na campanha eleitoral, impactou na vitória da chapa. O crime eleitoral se daria caso a verba irregular fosse usada para, por exemplo, pagar propaganda, marqueteiro, tempo de TV, palanque, santinho, cartaz ou cabo eleitoral.
Na avaliação de Genecias, as delações premiadas dos executivos da empreiteira Odebrecht, contra a chapa, não conseguiram provar nada contra as duas candidaturas. “Acho que agora seria inviável cassar essa chapa para ter nova eleição, para que assuma o presidente da Câmara Federal e outros cargos, para que o País possa funcionar com a normalidade natural e precisa”, reforça o deputado.
Para ele, é mais “prudente” para o País, que já vive uma crise econômica, que o Michel Temer conclua o mandato “porque o contrário disso será muito pior para todos brasileiros”. O parlamentar declarou que o presidente Temer já conseguiu dar “um grande avanço nas necessárias reformas que devem ser aprovadas”.
Segundo ele, Temer já “estagnou a inflação” e a economia começa a reagir. “Se nós mexermos de novo nisso que já foi iniciado por ele, só vai complicar mais ainda a economia brasileira e quem vai pagar o pato é o povo brasileiro que já está muito sacrificado”, alerta o parlamentar, enfatizando que agora já não há mais tempo para fazer uma nova eleição geral.
Denúncias
Sobre a onda de denúncias, de questionamentos e desgaste do próprio Congresso pelas delações premiadas que estão acontecendo, o parlamentar disse que “o momento está de vaca não reconhecer o bezerro”. E acrescenta: “são denúncias atrás de denúncias, delatores, seguindo um após o outro, se tornando uma onda de denuncismo jamais visto”. O certo, conforme ele, é apurar e punir os culpados com rigor, mas sem condenações antecipadas.
fonte: Jornal O Estado