Os chamados “profetas da chuva”, pessoas que fazem o prognóstico chuvoso com base em elementos da natureza, afirmam que 2017 será o fim do ciclo da seca, que já dura mais de cinco anos no Ceará. Erasmo Barreira, que participou de todas as edições do Encontro Anual dos Profetas da Chuva, em Quixadá, diz estar “bastante empolgado” com a previsão. “Quando for em julho, ninguém mais vai falar em problema d’água no Nordeste”, diz.
Para o “profeta”, dois fenômenos são indicativos de que vai ocorrer muita chuva no Nordeste em 2017. “Ano passado teve uma coisa que não fazia 10 anos que não acontecia na nossa região, que é o vento do Aracati. É um vento diferente, só passa numa direção e no mesmo horário. Eu anotei. Foi em 1º de julho de 2016 que passou o vento do Aracati. Esse é um dos principais sinais de que vai ter muita chuva, já dizia o meu pai.”
Outro indicativo de que o Nordeste terá chuvas acima da média, segundo Erasmo, foi a formação de um halo lunar, conhecido no interior do Ceará como lagoa d’água, que depois tomou a forma de uma corrente de água. “A Lua, na altura do sol de 10 horas formou uma lagoa d’água, a lagoa escorreu e sangrou para o nascente. É um sinal de que a maioria dos açudes vai sangrar, não posso dizer que todos, mas a maioria vai sangrar”, diz.
O 21º Encontro dos Profetas da Chuva ocorre neste sábado (14) no campus do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), em Quixadá, a partir das 9h. No evento estarão 30 profetas da região do Sertão Central.
Além de Erasmo, a maioria dos profetas está otimista em relação à quantidade chuvas no Ceará e no Nordeste, de acordo com idealizador e organizador do evento, Élder dos Santos Cortez.
Previsão científica
Em 18 de janeiro, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) deve divulgar o prognóstico de chuva no Ceará com base nos fenômenos meteorológicos.
Já o Climatempo afirmou que as condições presentes atualmente no oceano Pacífico equatorial apontam para uma boa estação chuvosa em 2017 no Ceará e no Nordeste, com chuvas na média ou até acima dela.
A previsão é do metorologista Alexandre Nascimento, do Climatempo, que prevê também chuvas irregulares nos meses de outubro, novembro e dezembro. “Nos próximos meses a expectativa é de que chova bem mais que nos últimos anos”, disso.