O atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Zezinho Albuquerque, passou no crivo dos Ferreira Gomes há anos e foi para a reeleição com total apoio dos irmãos Cid, Ciro e Ivo, além do governador Camilo Santana, esses definindo a estratégia para composição da mesa diretora com o que restou da base aliada e somando os desertores da oposição.
Com ameaças de exoneração de cargos de aliados e oferecimento de benesses a novos aliados, a chapa encabeçada por Zezinho venceu a eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa por mais um biênio. O placar terminou com 27 a 18 para Zezinho e uma abstenção na primeira votação disputada depois de mais de 30 anos.
Contudo, os caminhos que levaram à vitória de Zezinho trouxeram também prejuízos para o Governo. A oposição que, representava 1/4 do parlamento, tende a crescer e se fortalecer com o racha da base.
No processo de negociação de votos para seus respectivos candidatos, o grupo de situação rompeu com a ala do ex-vice-governador Domingos Filho, que apoiava Sérgio Aguiar para presidência da Casa. “Saímos com um grupo fortalecido, mesmo derrotado. Sei que nos próximos dois anos a AL viverá um novo momento”, disse o articulador do bloco PSD-PMB, o deputado federal Domingos Neto. Ele condenou a postura do governador Camilo no processo de eleição da Assembleia.
Domingos Neto confirmou a saída definitiva de seu grupo da base do Governo. Na teoria, a medida significaria pelo menos sete deputados a menos para a base. Se seguida à risca, a debandada amplia o número de oposicionistas de 15 para 21. No entanto, interesses individuais de cada deputado e a capacidade de articulação governista, com troca de cargos e apoio, ainda pode mudar o quadro.
A própria oposição também sofreu decepções. Um dos representantes mais ativos do PMDB, Audic Mota, entrou na chapa governista de Zezinho. A decisão foi motivo de desconforto entre os colegas de partido. Segundo Audic, a disputa local em Tauá pesou para ele. Domingos Filho e Audic são rivais políticos no município.
O deputado Osmar Baquit (PSD) também trocou de lado de última hora. Ele era líder do bloco PSD-PMB e fez diversas declarações a favor de Sérgio, que sofreu derrota maior do que previa.
“O que fizeram comigo foi desleal. Fui tragado nesse momento. Fui deixado de lado. Vou repensar minha atuação política. Provavelmente não fico mais no partido. Terei que tomar outro rumo e nossa posição aqui nesta casa será de um mandato independente”, declarou o deputado Sérgio Aguiar.
Sérgio disse que ainda não decidiu para qual sigla irá. Pela proximidade dele com o grupo do PSD, é possível que ele passe a integrar a bancada PSD-PMB. Em sua trajetória política, Sérgio Aguiar serviu como assessor de Ciro Gomes quando ele comandava o Ministério da Integração, em 2005.
A mesa ficou da seguinte forma: Presidente: Zezinho Albuquerque (PDT); 1º vice-presidente: Tin Gomes (PHS); 2º vice-presidente: Manoel Duca (PDT); 1º secretário: Audic Mota (PMDB); 2º secretário: João Jaime (DEM); 3º secretário: Júlio César (PDT); 4ª secretária: Augusta Brito (PCdoB); 1º vogal: Robério Monteiro (PDT); 2º vogal: Ferreira Aragão (PDT) e 3º vogal: Bruno Pedrosa (PP).