Os gritos de “macaco” direcionados por alguns torcedores a atletas no futebol europeu, fazem um enorme espelho do que temos hoje na sociedade. Aqui, reflete-se atitudes de uma sociedade que ainda não conseguiu superar a barreira do racismo. Explícito nas arquibancadas, tal comportamento, porém, não é exclusivo dos estádios de futebol na Europa, mas também aqui no Brasil.
A análise é de estudiosos após episódios que marcaram a passagem de atletas africanos e brasileiros por times europeus. O racismo presente no esporte é o mesmo presente na sociedade, desde sempre. O europeu traz uma herança escravista muito forte. O que tem ocorrido mais recentemente é que esses atos têm sido levados a público com mais frequência.
O que devemos esperar é que os clubes tenham a obrigação de desenvolver projetos de combate ao racismo e colaborar para a identificação de fãs ou associados. Todavia, para além das punições, penso que é necessário uma ação coordenada e colaborativa. Esse tipo de esforço precisa envolver clubes, jogadores, árbitros, torcidas organizadas e mídia. Não é aceitável que no século 21 ainda haja pessoas que avaliem seus pares por causa da cor da pele.
Aqui no Brasil é preciso que exista um componente pedagógico. Uma lei determina que em todos os níveis escolares se estude a diversidade brasileira.
Ninguém nasce racista. Uma criança aprende vendo as atitudes dos pais, dos avós. Uma mudança só se dá através da educação dentro de casa e fortalecida nas escolas.